Deste Senhor saiu no Público de 21 de Julho de 2020:
Que falava da dignidade ou falta dela com que andamos na pedinchice por essa Europa fóra
Mas nessa mesma edição parecia também um tal Amilcar Correia.
E já Mariana Mortágua nesse mesmo dia, mas no JN, informava de onde (também) vinham os proventos que alimentam a frugalidade dos Holandeses
Quote
Mariana Mortágua 21 de Julho no JN
«Um
acordo europeu para medidas de urgência de resposta à crise (se existir) não é
um ato de "solidariedade" e quem assim o apresenta apenas alimenta
uma caricatura: transferências do grupo "frugal", liderado pela
Holanda, para os "esbanjadores", que Portugal integra.
A
ideia da "solidariedade" é errada, em primeiro lugar, porque a UE tem
capacidade para financiar um ambicioso plano de recuperação através do BCE, sem
exigir qualquer outra transferência entre países.
Em
segundo lugar, porque o que os países europeus precisam é de instrumentos para
lidar com a crise. A integração europeia eliminou e/ou centralizou esses
poderes (como a emissão de moeda) e agora os "frugais"
sequestraram-nos. Aos países que necessitem de financiamento, querem impor um
programa liberal-autoritário, mesmo se essa não foi a escolha democrática dos
seus povos. Uma espécie de servidão por dívida, já não à troika mas agora à
Holanda (o que não parece desagradar a direita em Portugal, a julgar pela
palavras de Rui Rio). Não deixa de ser irónico que o projeto europeu seja posto
em xeque por governos da família socialista, mas esse sempre foi o prognóstico
de quem, à esquerda, criticou a UE: uma Europa que, uma e outra vez, falha aos
seus povos está condenada ao fracasso.
A
ideia de um acordo europeu como ato de solidariedade é, finalmente, errada
porque a "frugalidade" que tornaria os Países Baixos moralmente
superiores é obtida à custa dos impostos que deveriam ser cobrados em outros
países europeus. Todos os anos, o paraíso fiscal holandês cobra 10 mil milhões
de impostos sobre os lucros que são desviados dos restantes países da UE. Um
regime que nenhum país bloqueia, devido à livre circulação de capitais na UE, e
que não é alterado porque os Países Baixos têm o poder de vetar legislação
fiscal a nível europeu. Se considerarmos que a contribuição líquida dos Países
Baixos para o orçamento europeu é de 4,9 mil milhões, o nosso parceiro
"frugal" do centro da Europa é afinal financiado anualmente em 5 mil
milhões de euros por estados como Portugal, que veem essa receita desaparecer
das suas contas públicas.»
Unquote
E o que eu pergunto à fina ironia do Nosso João Miguel Tavares é:
- Porque raio é que não deveria o Governo Português drobrar-se (com dignidade ou sem ela) aos holandeses???
Penso até que o faz com imensa dignidade.
Igual em grandeza com aquela outra com que o Pingo Doce contribui para a frugalidade daquela gente!!!
tone do moleiro novo