sexta-feira, 12 de julho de 2019

Miguel Cadilhe

Cronologia

1987
Presidência aberta de Mário Soares em BRAGANÇA.
15 a 26 de Fevereiro de 1987


O  discurso de Mário Soares, proferido durante a sessão solene de boas vindas na Câmara Municipal de Bragança, foi subordinado ao tema 

"O direito à solidariedade nacional"



1988 
Encerramento da Linha do Douro entre o Pocinho e a Barca d'Alva

19887 de Outubro
Jacques Delors veio a Portugal dar um recado exigindo equilíbrio entre o mundo rural e o Urbano. – Sabem a quem?
Precisamente ao primeiro ministro Cavaco Silva.
– Sabem o que, à data, a propagando cavaquista espalhava aos quatros ventos?  


- “Não faltará apoio para desenvolver as regiões”

. Ainda hoje toda a gente se queixa do abandono do interior (também Bragança) Seria de perguntar o que fizeram ao dinheiro.

E perguntar por isso a um tal Alvaro Amaro que sendo secretário de estado por essa altura deve saber. Ele que agora se arvora em defensor do interior e do mundo rural!


1989 
Reunião de Conselho de Ministros onde foi discutido e aprovado o Novo Sistema Retributivo da Função Pública,


1989
Encontro dos Empresários do Nordeste em Bragança            17 de Setembro de 1989

Estiveram presentes, Cavaco Silva, Primeiro-Ministro, e Miguel Cadilhe , ministro das Finanças. Cavaco Silva participa na sessão de encerramento desse encontro e inaugura o novo centro de formação profissional de Bragança, a Escola Superior Agrária e o troço rodoviário do IP 4 entre Rossas e Bragança.

Neste encontro os Empresários pediram que os juros de capital para o investimento na região fossem beneficiados. Cadilhe respondeu que isso seria discriminar o litoral!!!

Mais ou  menos isto pois estou  a citar de memória. Não encontrei suporte muito embora haja arquivo, da RTP, desse encontro. E não recordo em que canal vi e ouvi essas declarações.


1989
16 de Outubro, Diário da República n.º 238/1989, 1º Suplemento, Série I 

Decreto-Lei n.º 353-A/89

Publica o Estatuto Remuneratório dos Funcionários e Agentes da Administração Pública


2000
 17 de Fevereiro 2000 
Aníbal Cavaco Silva publica no Diário de Notícias, o artigo intitulado "O Monstro".

Em que a palavra despesas aparece 14 (quatorze vezes) e despesas públicas 5 (cinco). Orçamento ( para o ano 2000), 10 (dez vezes).. e monstro 23 (vinte e três vezes)!
 Referindo-se, claro, à governação de Guterres. Nesse texto reconhece que:

Quote
"- os ministros estão convencidos de que mais despesas públicas trazem-lhes mais popularidade e votos, porque assim podem distribuir mais benesses e ser simpáticos e generosos com os grupos que comem à mesa dos orçamentos dos seus ministérios;

- os burocratas, os directores da Administração Pública, lutam pelo aumento das despesas controladas pelos seus departamentos, porque isso lhes dá poder, influência e estatuto;

- os grupos que beneficiam directamente com os gastos do Estado estão melhor organizados do que os contribuintes que pagam os impostos e pressionam os políticos para mais despesa pública;

- muitas pessoas pensam que os serviços fornecidos pelo Estado não custam nada, porque sofrem de ilusão fiscal e não se apercebem de que as despesas têm sempre de ser financiadas com impostos, presentes ou futuros."
Unquote 

De notar que Cavaco escreve a meio dos dez anos que esteve de espera à espreita da oportunidade de ganhar a Presidência da República. Derrotado por Sampaio em 2005, não defendeu a posição em 2009. Para perder mandou o moço de recados Ferreira do Amaral.

Mas se o monstro existia quem teria sido o pai do Monstro?

9 de Junho de 2004

Morre, de véspera,  Sousa Franco na Lota de Matosinhos. Não sem antes ter sido Presidente do Tribunal de contas e de ter identificado Cavaco como Pai do Monstro.


2005

Numa conferência intitulada ‘Portugal em Exame’  realizada a 11 de Maio Miguel Cadilhe afirmou que Cavaco Silva tinha sido o  principal responsável pela criação do tal ‘monstro’ que era ao que chegara o estado das contas públicas do País (em 2005). Segundo o ex-ministro das Finanças do Professor Cavaco, o problema tivera origem  em 1989, nos  trabalhos preparatórios do novo Sistema Retributivo da Função Pública que correram sob a responsabilidade directa do próprio Cavaco Silva.

Recordou Miguel Cadilhe que, no Conselho de Ministros de 1989 em que foi aprovado esse tal novo sistema, apresentou as suas preocupações e procurou sujeitar a sua aplicação à redução de outras despesas e à melhoria da produtividade. Contudo, o Governo não deu a devida continuidade a estas restrições e isso «teve efeitos avassaladores» sobre as despesas correntes do Estado.


Miguel Cadilhe sublinha que tentou contrabalançar o novo sistema nomeadamente com a introdução de auditorias externas aos serviços, mas Cavaco desistiria delas, confessa Cadilhe, «nem sei bem porquê». O ex-ministro conclui ainda: «Admito que a resistência dos burocratas se tenha aliado às conveniências eleitorais e anti-reformistas dos políticos».


Para Miguel Cadilhe, o sistema retributivo da Função Pública do tempo de Cavaco Silva

 «foi uma demonstração de como uma importante e justa reforma pode ficar a meio do caminho, derrapar e virar-se contra o reformador».

Tudo isto é noticiado Pelo EXPRESSO em 28 de Maio de 2005 intitulando o texto com 

 Cadilhe acusa: Cavaco é o pai do "monstro"

Mas já em 30 de Maio de 2005 a LUSA noticia


Cadilhe rejeita título polémico

Afirmando que “O ‘Expresso’ tinha tirado as ilações que entendera, mas que ele Cadilhe não não se revia nesse título.” Foi desta forma que Miguel Cadilhe, antigo ministro das Finanças de Cavaco Silva, reagiu à manchete da última edição do ‘Expresso’: ‘Cadilhe acusa: Cavaco é o pai do "monstro’.Em declarações à Lusa, o economista distanciou-se do polémico título, fazendo questão de destacar que “nunca” proferiu ou escreveu tal afirmação. 

Na sua opinião, “o título desprende-se do texto”. 

Em termos práticos, o ‘Expresso’ tinha-se baseado num artigo escrito pelo ex-ministro sobre a Reforma do Estado e que se integrava  no livro colectivo ‘Cidadania – uma Visão para Portugal’. 

Mas a inspiração central, Cadilhe foi procurá-la num outro livro seu e na autobiografia política do próprio Cavaco Silva.
Unquote

É evidente que o título  ‘Cadilhe acusa: Cavaco é o pai do "monstro’’. era da lavra do Expresso. E então o que surpreende é que Cadilhe se tenha enchouriçado tanto mais que a sua explicação para o sucedido se encaixa perfeitamente nas quatro premissas em que Cavaco enformou o seu monstro! (ver no inicio)

(Consultar "Cidadania, uma visão para Portugal")

2012
23 de Abril de 2012

Cadilhe em entrevista ao jornal "i"

Portugal não deveria ter entrado na “união monetária e na moeda única”. Este foi um dos erros estruturais cometidos nos últimos 20 anos e que se revelaram pesados para o país, segundo o antigo ministro das Finanças, Miguel Cadilhe. Foi um “erro histórico” entrar no euro. “Avisei que, com a moeda única, iríamos ter mais défices externos, menos PIB efectivo, menos PIB potencial, menos emprego. Chamaram-me eurocéptico e outros mimos que me colocavam a nadar contra-a-corrente”, lembra Miguel Cadilhe em entrevista publicada hoje no jornal i.“Não deveríamos ter entrado para o euro, hoje não devemos sair”, sublinha porém o antigo titular da pasta das Finanças de Cavaco Silva, apontando ainda outros erros do passado e que hoje se reflectem na vida do país. Houve “enormes gastos públicos”, com decisões como a Expo 98 ou o Euro 2004, e ainda a “escalada da dimensão corrente e primária do Estado”

Aqui Cadilhe apesar de se ter referido aos erros estruturais só os começa a contabilizar a partir de 1992. (nem consegue nenhuns entre 1992 e 1995). Já não se lembra do impacto do sistema remuneratório da função pública que continuava a pesar nos sucessivos Orçamentos.

(ah! referiu ainda a “escalada da dimensão corrente e primária do Estado”- sem no entanto mencionar o que sabia sobre o assunto desde os tempo em que tinha sido ministro das Finanças de Cavaco)

2017
Março
A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) atribuiu o grau de doutor 'honoris causa' ao antigo ministro Miguel Cadilhe para homenagear "o mentor" da candidatura do Douro a Património Mundial.
Como presidente da Fundação Rei Afonso Henriques lançou a candidatura do Alto Douro Vinhateiro (ADV) a Património Mundial da UNESCO, distinção que foi atribuída em dezembro de 2001.

(Vá lá sempre fez alguma coisa pelo Douro!)

2019
PUBLICO Domingo 23 de Junho de 2019 

Miguel Cadilhe já se arrependeu de ter fechado a linha do Douro.

Ora bolas! - Cedo de mais o gabanço!

O texto chega a ser hilariante. Nem vale a pela transcrevê-lo. Vai em Cópia e pode ser lido em

https://www.publico.pt/2019/06/23/economia/noticia/miguel-cadilhe-pede-desculpa-fechado-linha-douro-pede-reabertura-1877188

Mas vale a pena comentá-lo

Em 1988 na reunião dum Conselho de Ministros tinha sido surpreendido com a proposta de ministro das obras publicas João de Oliveira Martins ( já falecido) de encerrar a Linha do Douro entre o Pocoinho e a Barca d'Alva que argumentava com as más condições de segurança e com o investimento que era necessário fazer.

Mais testemunhou agora o senhor Cadilha que ele com ministro das finanças então não teria dúvidas em recorrer a uma dotação provisional que teria a data a sua disposição e prevista no Orçamento. E que possibilitaria iniciar de imediato essas obras!

Mas confessa que ficou calado e que acreditara que a suspensão fosse por muito poucos anos !!!!!


COMO SR: CADILHE??? 

- CONTARIA QUE O TROÇO SE RESTABELECESSE POR SI PRÓPRIO??? 

- SEM OBRAS???

- ÍA À BRUXA???


Mais confessa que se tinha enganado.

Mais admite até que tinham sido (todos enganados)

- FOMOS ENGANADOS!!!

Por quem??? Pelo ministro das Obras Públicas???

Mas quem é que presidia ao Conselho de Ministros? 
- Não seria aquele tal que nunca se enganava e raramente tinha dúvidas. 

Ou em alternativa, 

- Não seria aquele tal que nunca tinha dúvidas e que raras vezes se enganava!

Bem de facto o verbo enganar admite particípio passado. E não se enganar não obsta a que não seja enganado. 

Mas isso pouco abona ao nosso Cavaco não acha Senhor Cadilhe.

Já que o Senhor não teve tomates para assumir que tinha o dinheiro para as obras o Grande lider não lhe poderia ter perguntado se o tinha. De finanças era ele professor afinal! E Primeiro ministro ao mesmo tempo!

E a coisa ainda menos se entende quando todos sabemos que o nosso Aníbal Cavaco Silva sempre gostou de andar de Comboio.


EU ADORO ANDAR DE COMBOIO

Palavras para quê???

Encerra a linha de Pocinho à Barca d'Alba e depois veio dizer que lá iria se se pusessem a coisa a andar de novo! - É DE CABO DE ESQUADRA! 

(Isto ainda está em construção. Tone do Moleiro Novo)


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