segunda-feira, 10 de junho de 2024

Henrique Neto

 Hoje vou dedicar-me à política.

Não à grande Política de saber sobre o futuro de Portugal, cá, na Europa e no Mundo! 

Nem de outras políticas também importantes, como a do futebol e especular se o Martinez vai ou não meter o Ronaldo.

Não! O que vou fazer é meter-me naquela política mesquinha e do pormenor!

Assim e por ter lido o DIABO do passado dia sete deste mês....

Abrir parentes

- Mas tu lês o DIABO???

          Perguntarão os incrédulos

Claro que leio os DIABOS. Leio mais depressa os DIABOS que os SANTOS. Como destes conto com todas as benevolências, carícias e indulgências, ( O ingénuo sou eu!) deixo a prioridade para aquilo que me possa deixar mossa. Ou seja por precaução!

Fechar os  parentes ( que não me caem por ler o DIABO)

Aconteceu então que logo na primeira página e em letras gordas encontro.

O PS prefere alinhar com o Chega em vez de deixar a AD em paz. Henrique Neto. (pag 5)

E efectivamente na tal página lá está Henrique Neto no seguinte texto:

" O Partido Socialista - contrariamente às suas origens - está a usar a ajuda parlamentar do Chega para fazer de conta que continua a governar e para criar a instabilidade suficiente que lhe permita voltar ao poder. Para isso Pedro Nuno Santos insiste na rábula de que o PS tem o mesmo número de deputados que o PSD, o que seria uma situação igual ao último governo de António Guterres sem levar em conta que nesse tempo o PSD deixou o PS governar durante seis anos. Ou que agora em conjunto com o CDS, a AD tem mais dois  deputados e que apenas com a ajuda do Chega, o PS pode conseguir uma maioria, ou seja, o PS prefere alinhar com o Chega em vez de deixar a AD em paz e isso sem que a ala social-democrata do PS se incomode de dizer ao que vem. Os bons empregos sobrepõem-se a quaisquer considerações de ordem ética."

Ou seja Henrique Neto vem com aquela narrativa de que o PS se alia ao Chega para tramar o Montenegro.

Num é novidade. Na noite das eleições europeias vi um apresentador televisivo instar o Costa sobre se o fraco resultado do PS não seria atribuível por o eleitorado ter "castigado" o PS por  se ter aliado ao Chega contra o governo da AD.

Curiosamente na página anterior já o DIABO dá noticia de um facto que contraria esta argumentação.

"Esquerda chumba redução do IRS, Chega abstêm-se."

"Os partidos de esquerda (PS, PCP, BE e Livre chumbaram na passada quarta feira, a nova tabela das taxas dos escalões do IRS proposta pelos partidos da AD (PSD e CDS-PP) a abstenção do Chega, neste caso, viabilizou a recusa do texto proposto."

Acontece assim, neste caso ou em qualquer outro que possa vir a acontecer, que o que esteve em causa não foi o facto do PS ter ou não os mesmo número de deputados que o PSD.  O que está (esteve) em causa é que os tais partidos de esquerda (a tal "esquerda") - PS, PCP, BE e Livre tem mais deputados (91) que a AD (PSD e CDS-PP) (80).

Ou seja, o PS não necessitou dos votos do Chega para que a proposta da AD fosse chumbada.

- O que é que teria que acontecer para que a proposta da AD fosse aprovada???

Uma coisa muito simples. Que essa proposta fosse aprovada pelo Chega! Mas pergunto...

- Havia (ou há) algum acordo negociado com o Chega, tanto da AD como do PS.???

- Que eu saiba não!

E a mensagem é simples. Aquela que o Ventura sempre realçou. Sem o Chega, a AD arrisca-se, sempre, a não ver as suas propostas aprovadas em AR. (Arrisca-se, até, a ver o Orçamento chumbado)

Quanto ao PS, como partido na oposição e sempre como alternativa à governação, não se pode inibir de apresentar as suas propostas só e apenas na base da eventualidade do Chega se abster e essas propostas serem aprovadas, com ou sem os  indignados protestos da AD acerca do tal conluio PS/Chega

E nos piores  cenários o que pode acontecer ao PS é ver as suas propostas chumbadas com os votos do Chega somados aos da AD. E as condições em que tal possa acontecer é lá com eles (AD e Chega)

O resto é musica celestial para iludir os incautos!

lopesdareosa



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