Foi e ainda é!
Comunicação da PGR em 7 de Novembro de 2023
"No decurso das investigações surgiu, além do
mais, o conhecimento da invocação por suspeitos do nome e da autoridade do
Primeiro-Ministro e da sua intervenção para desbloquear procedimentos no
contexto suprarreferido. Tais referências serão autonomamente analisadas no
âmbito de inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça, por ser esse o
foro competente"
https://www.contacto.lu/portugal/o-paragrafo-da-morte-do-governo/4666495.html
Embora a construção descritiva seja um pouco enviesada,
ficamos a saber ( e o Costa também) que fora instaurado um inquérito ao
Primeiro Ministro porque o seu nome e autoridade foram invocados por suspeitos
(???). (Se não foi assim a questão é das virgulas). Mas o certo é que por causa
disto o Costa demitiu-se.
Tivemos assim a PGR a divulgar a existência de um inquérito
a um presumível prevaricador cuja divulgação chegou ao conhecimento desse mesmo
potencial prevaricador.
Ou seja a própria “Justiça” se encarregou de avisar o
“presumível criminoso” que estava a ser investigado!
Imaginemos que eu ando a roubar catalisadores em noites de
lua nova. Mas um elemento da polícia avisa-me de que eu sou suspeito e a
polícia anda “em cima de mim” e já mandaram o caso para a justiça. O policia
vai preso pois atentou contra o “segredo da Justiça”! Mas o caso muda de figura
se for a própria instituição a divulgar publicamente o facto.
Ora mais recentemente, no JN de 2 de Fevereiro de 2025, Maria Cândida
de Almeida, Ex-Directora do DCIAP
JUSTIÇA EM DEMOCRACIA – Violação do segredo
de Justiça e do segredo de Estado. Muito indignadamente escreve:
“Inesperadamente e com
gritante violação do segredo de Justiça, foi divulgada publicamente a
existência de um inquérito, instaurado em fins de 2024, relativamente ao
conteúdo de uma pen, aprendida no âmbito do processo Influencer.” ( Curiosamente o mesmo citado anteriormente)
Ora acontece que não me apercebi
tanta indignação de MCA em relação à divulgação da existência de um inquérito à
pessoa do PM. Coisa mais grave pois aqui se tratava de um nome, de uma pessoa,
enquanto no objecto da sua indignação se tratava da investigação de uma peça existente no próprio processo, sem pôr em
causa ( essa divulgação ) qualquer nome
ou qualquer pessoa:
Mas mais recentemente no CM dei
com esta pérola no JN.
No Parlamento, em 25 de Junho de
20, António Rodrigues deputado do PSD afirmou “Não vamos avisar suspeitos
que os vamos prender” apoiando a PJ quando se verificou a retirada, do
texto original, de um certo capitulo existente do Relatório de Segurança
interno (RASI 2024) capitulo esse relativo a grupos terroristas de extrema
direita!
Bem!
O PSD (ou o governo???) faz muito bem em não avisar os suspeitos de
que vão ser presos.
Mas quanto a inquéritos não são
esses os usos e costumes da PGR
Acontece assim que:
… se os nossos maiores, da política e da sociedade em geral,
navegam à deriva no mar da incoerência…
- Porquê tanta
indignação com os de cá de baixo, os mais rasteiros, que se desenrascarem navegando
à bolina nos mares da aldrabice???