segunda-feira, 11 de abril de 2016

Adam Smith

Escreveu um livro.

Importante deve ser pois figura no pictórico retrato de Cavaco na galeria do palácio da presidência do reino.

Nunca tinha lido Adam Smith, nem o seu  RIQUEZA  DAS  NAÇÔES.

E porque toda a gente o cita e poderia ser manifestação de ignorância ignorá-lo mesmo,  resolvi ler o Escocês.

Fiquei pasmado! Nada que consta no livro me é novidade. Lá em casa sempre se soube que se as leiras não fossem trabalhadas nada produziriam. De tudo o que lá está já o sabia da ginástica monetária da minha família tanto de muros para dentro como das relações do meu pai com seu empregador através do seu salário, dos esforços de meus pais e avós para produzir para si e para pagar a renda das leiras ao senhorio como para satisfazer as dívidas ao usurário que se aproveitava dos anos de míngua para emprestar dinheiro aos desgraçados. Da divisão do trabalho já ouvira dos relatos das fiadas, também dos serões passados a alimentar o tear para fazer mantas de farrapos. Na minha casa vira eu os tempos das malhadas e vejo ainda os da minha terra no plantio das batatas. Dos impostos, o meu avô empenhava o relógio para pagar a décima. Eu próprio sou do tempo do imposto profissional, ou seja imposto por se ter uma profissão. Depois veio uma coisa mais sofisticada chamada IRS que começou a falar de "rendimentos" do trabalho. Adam nunca falou nisso pelo que li.

Não compreendo por isso a importância que os economistas dão hoje em dia ao escrito.
No campo filosófico poderia concordar com o autor

"Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos nosso jantar, mas da  consideração que eles têm pelo seu próprio interesse."

No meu caso se espero o jantar é evidente que não conto que o padeiro, que o açougueiro, que o cervejeiro mo vão levar a casa. Eu é que tenho de fazer por ele! E no processo o que está em primeiro lugar é a minha fome. Se alguém tira lucro disso é outra questão.  O que eu espero é que esse alguém pague à sociedade uma percentagem desses lucros na mesma proporção que a sociedade me saca ao meu salário.
 
No campo das realidades, gostaria que o Adam viesse cá para que observasse este mundo a funcionar segundo as suas teorias:

"...e orientando ( o mercador)  sua atividade de tal maneira que a sua produção possa ser de maior valor,  visa apenas a seu próprio ganho e, neste, como em muitos outros casos, é levado como que por mão invisível a promover um objetivo que não fazia parte de suas intenções."
 
Essa mão invisível seria o "mercado" e num processo que levaria o preço das mercadorias a descer e o valor dos salários a subir! ( ler com atenção o texto de Adam S.)

( BEM SE VÊ!)

Salvaguardo no entanto que o meu conhecimento de hoje não é o de Smith há dois séculos e meio e o que admira é que este autor tivesse explanado essas ideias ainda antes da revolução industrial se ter concretizado na plenitude cuja trajecto hoje se sabe mas que não era do vislumbramento geral no tempo do Smith.

Mas não sei porque é que exultam. Se Smith viesse hoje ao mundo e observasse o resultado prático daquilo que ele, como se previsse o futuro, já explicava então, decerto que seria co autor deste mais recente livro A RIQUEZA OCULTA DAS NAÇÕES de Gabriel Zucmen.

É que, tendo Smith dedicado a explicar  o que era ou viria a ser  a RIQUEZA DAS NAÇÕES,
Hoje saberia PARA ONDE VAI A RIQUEZA DAS NAÇÕES

Nota. Encontrei em http://entreasbrumasdamemoria.blogspot.pt/
um cartoon que muito ajudaria o Adam a entender o fenómeno!


 

 
ou este outro!
 



lopesdareosa

sábado, 9 de abril de 2016

Por um par de bofetadas

Um  ministro demitiu-se da cultura!

Em primeiro lugar haveria que colocar a bofetada como elemento agregador da nossa intelectualidade.

A bofetada e suas variantes mais ou menos metafóricas, como elemento cultural identificador da alma portuguesa. E não só, como foi o caso de Garcia Marques se ter envolvido à porrada com Vargas Llosa. Por mulheres, causa nobre portanto.

Comecemos por Ramalho Ortigão e Antero do Quental que se disponibilizaram para dar umas bofetadas um ao outro. Acabaram à espadeirada!

Eça de Queirós não andou ao murro com Bulhão Pato. Atirou-lhe à cara com Tomás de Alenquer. O nosso amigo ameijoas respondeu chamando Lázaro a Eça.

Almada Negreiros atirou ao Dantas o seu manifesto ANTI. Consta que o Dantas não respondeu. Os seguidores do Dantas consideraram este desagravado pela aceitação do Salazar. Tanto do Salazar a Almada como de Almada ao Salazar!

Aquilino Ribeiro arrimou uma bengalada ao seu amigo Alfredo Pimenta. Acusaram o Aquilino de não saber lidar com a critica e com a liberdade de expressão ( curioso!) depois do apimentado ter apodado o outro de ser uma mistificação diletante e regicida!

Mário Cézarini, António Pedro, Luiz Pacheco e Jorge de Sena envolveram-se numa luta mais orgástica que as aventuras do Pacheco.

Saramago não atitou com um livro ás fuças de Lobo Antunes. Atirou-o ao chão. Dizem!

Acontece agora que João Soares ofereceu um par de galhetas ao Pulido Valente e ao Augusto M. Seabra. Estes por sua vez vilipendiaram o outro pelo seu curriculum cultural.
 
Dizem que têm direito à tal liberdade de expressão e à critica, para insultar o João.
 
Como os direitos são universais tanto para as origens como para os destinatários e da mesma forma, criticariam esses doutos e inimputáveis senhores, outro cidadão qualquer invocando essa tal de liberdade de expressão. A minha pessoa incluída de estivesse localizada nas coordenadas de João Soares, tanto mais que nisso de cultura estaria mais exposto eu que este dito cujo.
 
Mas estando eu habituado a  arrancar o estrume do eido lá de casa, não iria ensebentar as minhas mãos em merda, de novo e por tão pouco!

tone do moleiro novo

quinta-feira, 7 de abril de 2016

A produtividade da economia portuguesa

Tem sido oferecido ao público e nos mais diversos órgãos de comunicação que o investimento português em offshores tinha atingido em 2015 um máximo de 9,4 mil milhões de Euros! Isto segundo informações do Banco de Portugal que das transferências respectivas tem conhecimento.
 
Gabriel Zucmam, economista, professor assistente na Universidade de Berkeley e autor do livro A RIQUEZA ESCONDIDA DAS NAÇÕES esse valor ascenderá a 69 mil milhões de Euros!

Acontece que e como é do conhecimento geral, há dos muito bons e convenientes comentadores que são da opinião dos que argumentam que Portugal não é competitivo devido à baixa produtividade cá do pessoal. Secundam os políticos e os representantes das entidades patronais de que é necessário que os salários reflitam essa falta de produtividade, Ou seja que sejam mantidos baixos.

Mas, coisa curiosa, uma economia que não consegue por falta de produtividade aumentar os salários a quem trabalha é a mesma que põe Milhares de milhões lá fora!

Onde e por quem foi gerado esse dinheiro. Se calhar n'algum poço de petróleo no quintal desses investidores, explorado por marcianos!

É por estas e por outras que nunca votei em Cavaco. Nem voto em quejandos!

Tone do Moleiro Novo