sábado, 9 de abril de 2016

Por um par de bofetadas

Um  ministro demitiu-se da cultura!

Em primeiro lugar haveria que colocar a bofetada como elemento agregador da nossa intelectualidade.

A bofetada e suas variantes mais ou menos metafóricas, como elemento cultural identificador da alma portuguesa. E não só, como foi o caso de Garcia Marques se ter envolvido à porrada com Vargas Llosa. Por mulheres, causa nobre portanto.

Comecemos por Ramalho Ortigão e Antero do Quental que se disponibilizaram para dar umas bofetadas um ao outro. Acabaram à espadeirada!

Eça de Queirós não andou ao murro com Bulhão Pato. Atirou-lhe à cara com Tomás de Alenquer. O nosso amigo ameijoas respondeu chamando Lázaro a Eça.

Almada Negreiros atirou ao Dantas o seu manifesto ANTI. Consta que o Dantas não respondeu. Os seguidores do Dantas consideraram este desagravado pela aceitação do Salazar. Tanto do Salazar a Almada como de Almada ao Salazar!

Aquilino Ribeiro arrimou uma bengalada ao seu amigo Alfredo Pimenta. Acusaram o Aquilino de não saber lidar com a critica e com a liberdade de expressão ( curioso!) depois do apimentado ter apodado o outro de ser uma mistificação diletante e regicida!

Mário Cézarini, António Pedro, Luiz Pacheco e Jorge de Sena envolveram-se numa luta mais orgástica que as aventuras do Pacheco.

Saramago não atitou com um livro ás fuças de Lobo Antunes. Atirou-o ao chão. Dizem!

Acontece agora que João Soares ofereceu um par de galhetas ao Pulido Valente e ao Augusto M. Seabra. Estes por sua vez vilipendiaram o outro pelo seu curriculum cultural.
 
Dizem que têm direito à tal liberdade de expressão e à critica, para insultar o João.
 
Como os direitos são universais tanto para as origens como para os destinatários e da mesma forma, criticariam esses doutos e inimputáveis senhores, outro cidadão qualquer invocando essa tal de liberdade de expressão. A minha pessoa incluída de estivesse localizada nas coordenadas de João Soares, tanto mais que nisso de cultura estaria mais exposto eu que este dito cujo.
 
Mas estando eu habituado a  arrancar o estrume do eido lá de casa, não iria ensebentar as minhas mãos em merda, de novo e por tão pouco!

tone do moleiro novo

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