quarta-feira, 7 de setembro de 2011

RICOS, HERANÇAS E DOAÇÔES

Cavaco deu em demagogo - Coisa nele rara aliás! - Em Janeiro defendeu a tributação dos ricos. Nestes dias, na Alemanha, Passos Coelho deu-lhe a resposta. No mínimo surpreendente, não pela lógica liberal mas pelo desfazamento. Quem Diria!
- Não! Não vamos taxar os ricos porque fazem falta para investir no país. E se sim fugiriam com o dinheiro lá para fora! ( como se não o fizessem já!)

Mais recentemente e vou citar
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?t=Cavaco-Silva-lanca-tributacao-das-herancas-e-doacoes.rtp&article=473416&layout=10&visual=3&tm=9

Cavaco defendeu a tributação das heranças e das doações ( esquecendo de lembrar quem acabou com isso!) e da forma mais mirabolante

Quote
"Alegando que foi contra sua vontade que esse imposto foi abolido, o Presidente da República defendeu que esse "é um imposto que existe na generalidade dos países e que visa corrigir a distribuição de riqueza no momento em que uma pessoa recebe por herança ou por doação algo que não ajudou a construir".
Unquote

Acontece que sendo Cavaco mais velho que eu dez anos, parece não ter vindo de um tempo em que os filhos trabalhavam na casa dos pais, contribuindo não só na sua manutenção como até no aumento do seu valor patrimonial.

Pessoalizando. Eu que tenho sessenta e dois anos e nunca abandonei a casa de meus avós e meus pais, herdando, teria que, pelos vistos, receber das finanças um tratamento de excepção, num esquema decerto
arquitectado pelo nosso especialista em finanças, para que não caísse (ele especialista) em contradição.

O problema seria então contabilizar ( e demonstrar ao fisco) com os meus irmãos as mais valias introduzidas no património dos nossos pais, por cada um de nós para, depois sermos taxados ou isentados em sede de herança ou doação.
Ás  tantas e para além daquilo que normalmente decorre nas heranças,  seria mais uma guerra entre herdeiros!

Mas é gente desta laia que os portugueses elegeram para Presidente.

Não é meu este desabafo. Estou apenas a citar VASCO PULIDO VALENTE no PÚBLICO do dia 2 de Setembro.

Isto que escreví não serve de nada!

MAS, PELO MENOS, SERVIU PARA NOS LEMBRAR A NATUREZA DO HOMEM QUE OS PORTUGUESES PUSERAM EM BELÉM.
LOPESDAREOSA

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O CÚMULO DO CINISMO

“Não percebo porque é que o trabalho paga e o capital não”, afirmou MRS em relação ao facto dos dividendos e mais-valias ficarem isentos do imposto extraordinário aprovado pelo Governo. Na sua opinião, esta decisão “dá um aspecto péssimo e é difícil de explicar”, disse, Marcelo Rebelo de Sousa segundo o TVI24. em  7 de Agosto de 2011.

COMENTÁRIO
Essa é boa!
Percebe e percebe muito bem!
Porque é que não perceberia em quem votou?
E se não percebesse tinha boa solução.
- Perguntava ao Ministro das Finanças que é um especialista.
- Perguntava ao Passos Coelho que é o chefe!
- Perguntava a Cavaco Silva que sabe mais que eles todos juntos. É professor!
Faz tudo parte do modelo da sua preferência!

Minha é que não foi. Não pois não gosto de cínicos nem da hipocrisia!

Barros Lopes
AFIFE

quarta-feira, 20 de julho de 2011

CAVACO A PRIMEIRO MINISTRO

"O Presidente da República, Cavaco Silva, afirmou hoje (16/07/2011) que "gostaria que o euro fosse mais fraco para que os países da Zona Euro fossem mais competitivos", defendendo que "o Dólar se valorizasse um pouco mais" em relação à moeda europeia."
Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/cavaco-euro-mais-fraco-ajudaria-competitividade=f662236#ixzz1SfGL4UIc

COMENTÀRIO

Tenho que reconhecer que Cavaco Silva sempre assimilou alguma coisa ao fim de tantos anos na política.

Ultimamente virou bom aluno e se há um ano achava que não se devia atacar as agências de rating, já chegou á conclusão que as mesmas são uma ameaça.

Depois de 10 anos como primeiro ministro em que as nossas pescas, a nossa agricultura, o nosso interior, o nosso mundo rural foram desmantelados. E em que o país descambou para o litoral debaixo do peso do betão e cimento armado com gente lá dentro. Depois disso vem agora indicar que o caminho é povoar o interior e dedicarmo-nos á agricultura.

Quando foi Ministro das Finanças de Sá Carneiro valorizou o escudo, dificultou as exportações e a nossa recuperação económica. A consequência imediata, na altura, foi termos que pedir socorro ao FMI
Agora defende o Euro mais fraco para que a Zona Euro possa ser mais competitiva.

Mais meia dúzia de reconsiderações e fico com remorsos de não ter votado em Cavaco para PR! Não pelo que foi como primeiro Ministro passado mas pelo seu potencial futuro!

Mas uma coisa garanto desde já. Com esses e outras tantas cambalhotas no bom sentido, terá o meu voto quando terminado o mandato de Presidente da República se candidate a Primeiro Ministro.

Dará um bom Primeiro Ministro!

( Só espero que; corrija aquele tique liberal acerca da Saúde e da Educação, defenda a equidade dos impostos e a frugalidade do Estado. Ou seja, só espero uma atitude mais social-democrata. Tem mais três ou quatro anos para completar a  reciclagem. Depois disso até convenço a minha mãe e a minha tia a votar nele)

LOPESDAREOSA

sexta-feira, 8 de julho de 2011

O REITINGUE DO PRESIDENTE

Cavaco: "Não há justificação para corte de rating"

O Presidente da República congratulou-se com a condenação da atitude da Moody's por parte da UE, de instituições europeias e internacionais e de vários governos europeus.

Lusa
17:50 Quarta feira, 6 de julho de 2011
em  http://aeiou.expresso.pt/cavaco-nao-ha-justificacao-para-corte-de-iratingi=f659969#ixzz1RXblxw21

COMENTÁRIO
O Senhor Presidente da República deveria querer dizer:
- "Não haver a mínima justificação" para o corte de rating a Portugal por parte da agência de notação financeira Moody's, já que o Presidente da República sou eu!

MAS JÁ ONTEM, DE NOVO, SE MANIFESTOU

Cavaco Silva: agências de rating "são uma ameaça"

Presidente da República diz que as decisões das agências de rating norte-americanas são "uma ameça à estabilidade da economia europeia".

17:09 Sexta feira, 8 de julho de 2011
Em: http://aeiou.expresso.pt/cavaco-silva-agencias-de-iratingi-sao-uma-ameaca=f660500#ixzz1RbTTDsF9


Tão querido e tão fôfo que era este nosso Presidente e agora tão agressivo!


É que há um ano veio a público esta notícia:


Ver em http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1617763

"O Presidente da República disse ontem não valer a pena "recriminar" as agências de rating mesmo que se possa sentir alguma "injustiça", considerando que Portugal deve trabalhar para depender cada vez menos do financiamento externo."
DN ECONÓMICO 14 de Julho de 2010



É por estas e por outras que não votei em Cavaco!

CAVACO, O AGRICULTOR

CAVACO I - O AGRICULTOR

Isto porque o de LAVRADOR já está ocupado por D.Dinis.
Depois ser agricultor não é ser lavrador.
Ver
http://lopesdareosa.blogspot.com/2011/03/ha-lavradores-e-ha-agricultores.html
http://lopesdareosa.blogspot.com/2010/09/ordenamento-da-floresta-quem-foi-que.html

No seu discurso em 10 de Junho, dia da Raça como toda a gente sabe, o nosso Presidente traça um certo retrato de chegada do nosso Portugal.

Aí reconhece
- A litoralização do País
- O envelhecimento e despovoamento do interior
- As desigualdades territoriais existentes
- Que As grandes cidades do litoral,cresceram de forma desmesurada e, mais ainda, desordenada.
- A existência de assimetrias regionais
- Que essas tendências estruturais, não nasceram, sequer, nas últimas décadas.
- O menosprezo dos poderes públicos pela realidade do interior.
(Pelo menos)

O que eu pergunto é se não deu por ela durante dez anos ( com duas maiorias absolutas) em que foi Primeiro Ministro.

É que já nos Censos de 91 já essas coisas ou todas elas, estavam  à vista conforme reconhecia então Valente de Oliveira.

Mais pergunto quem é que hipotecou o país á politica do  betão e cimento armado debaixo do qual estão agora, irremediàvelmente perdidos, terrenos de cultivo de valor insubstituível?

- Quem é que apostou na política da construção desordenada que acabou por descambar em centenas de milhares de fogos devolutos e  por vender e na falência das empresas, pela simples razão que temos casas a mais

- Quem é que comprometeu  a Nossa Agricultura nas negociações com a CEE?

- Quem é que  que apostou na Lisboa e no litoral para onde ocorreram todos aqueles que procuravam emprego?

- Para onde foi o dinheiro de apoio á agricultura e  para combater as assimetrias.
O que é interessante é que José Martino  defenda na edição de hoje do I que é tempo de mudar de paradigma invocando precisamente que o tenha dito Cavaco Silva sabendo este, geralmente, o que diz.

(Se invocasse Gonçalo Ribeiro Teles quereria dizer que nem necessitaria de esperar por Cavaco para chegar a essa conclusão de mudar o tal paradigma. Há quatenta anos que GRT vem fazendo o mesmo diagonóstico e antecipou o problema. Mas falou para as paredes!)

Mas tem alguma razão. Cavaco também sabe do que fala. Os problemas vêm do seu tempo, os quais, por omissão ou agravo, são principalmente da sua responsabilidade. Nunca ninguém em Portugal dispôs de tão favoráveis condições políticas, nem de tantos recursos financeiros. E em simultâneo!



É necessário recuperar o tempo perdido, mas olhando a quem o perdeu não acredito  que a doença possa ser curada pelo veneno que a causou.
E, agora, tarde e a más horas, o Presidente pretende que haja um percurso inverso e que os jovens agricultores se ocupem do interior (ver EXPRESSO de 10 de Junho)
Mas os rios correm para o mar. Percurso fácil.
Penoso é o caminho da água no seu retorno.

É POR ESSAS E POR OUTRAS QUE NÃO VOTEI EM CAVACO

 
Ver mais em
http://lopesdareosa.blogspot.com/2011/06/ah-agricultura.html
http://lopesdareosa.blogspot.com/2011/05/fantastico-melga.html
http://lopesdareosa.blogspot.com/2010/10/ha-mar-e-ah-mar.html
http://lopesdareosa.blogspot.com/2010/10/recandidaturas.html
http://lopesdareosa.blogspot.com/2011/03/os-barretes.html

Lopesdareosa

terça-feira, 24 de maio de 2011

FANTÁSTICO MELGA!

DIZIA O HERMAN
Isto porque li a intervenção do Presidente da República (Cavaco Silva) na Sessão Solene Comemorativa do 100º Aniversário do Instituto Superior de Economia e Gestão, no dia 23 de Maio de 2011 em Lisboa.
Está em  http://www.presidencia.pt/?idc=22&idi=53921
Dessa intervenção este excerto


"Em tempo de balanço, que as comemorações sempre implicam, podemos e devemos perguntar-nos, com a redobrada oportunidade do esteio do passado, qual o papel que devem ter os economistas na sociedade portuguesa de hoje?
Esta interrogação recordou-me uma lição de sapiência que proferi em Fevereiro de 1982, precisamente sobre esse tema, e que se encontra publicada na Revista “Economia”. Antecipava-se, então, a segunda vinda do Fundo Monetário Internacional a Portugal, no contexto do acordo de ajustamento que acabou por vir a ser assinado em 1983. E, curiosamente, ao reler o que então escrevi, concluí que muitas das interrogações e das expectativas da altura não perderam a sua actualidade.
Vivia-se uma grave crise económica, marcada pelo desemprego, sobretudo entre os jovens; havia uma grande desigualdade na distribuição da riqueza; era baixa a produtividade da economia e visível a tendência para défices externos insustentáveis.
Se bem que, desde essa altura, muito se tenha evoluído a vários níveis, o facto é que a gravidade de alguns dos velhos problemas que subsistem e dos novos problemas que, entretanto, emergiram exige, mais do que nunca, uma “contribuição decisiva da parte dos economistas”.
Seguirei, pois, de perto, essa minha alocução de 1982, nas palavras que escolhi dirigir-vos nesta data do centenário. A sua actualidade mostra que o tempo tem cadências bem diferentes do que aquela que muitas vezes lhe exigimos.
Referindo-me às responsabilidades dos economistas, afirmei então que estas “surgem ainda maiores se acrescentarmos que uma correcta avaliação dos custos que aqueles problemas representam para a sociedade não pode ficar-se pela consideração de umas quantas variáveis económicas chave, como é corrente nos livros de economia, impondo-se ter presente certas incidências negativas do tipo social e político que, no Portugal de hoje, não devem ser ignoradas”.
E, prosseguindo no tema, acrescentava que “a tomada de medidas para a solução dos problemas económicos constitui a essência da política económica; no entanto, (...) a política económica é feita pelos políticos e não pelos economistas enquanto economistas”. Mas, sublinhava eu, isto não deveria significar um alívio, porque “a credibilidade da profissão seria muito atingida se invocassem uma grande isenção de responsabilidades”.
Perguntava, pois, tal como se pode perguntar hoje: “Qual o papel dos economistas na formulação da política económica? Qual a sua influência sobre as decisões?”
E entendia então, tal como hoje continuo a entender, que cabe aos economistas “convencer os políticos e outros decisores da sua utilidade”; ou seja, “que as decisões económicas baseadas nos seus conhecimentos têm mais possibilidade de acertar do que as decisões baseadas na ignorância”.
Isto, claro, admitindo, como desde logo ressalvei, que não se poderá tomar como modelo um tipo de político como aquele que Keynes descreveu e que, segundo ele, “tinha as duas orelhas tão junto ao chão que não conseguia ouvir o que lhe dizia um homem vertical”.
É que, continuava eu, “assegurar um papel para os economistas significa (...) reconhecer que são eles que trabalham e fornecem os ingredientes com que os políticos fazem a política económica”. Explicitando, de seguida, que “se inclui claramente entre a responsabilidade dos economistas o pronunciarem-se sobre o que deve ser feito”, pois as reformas económicas e sociais de que, - ontem como hoje, acrescentaria -, o País precisa “podem ser produtivas e justas, se feitas da forma correcta, mas também podem ser desastrosas e injustas, se forem erradas”, como em 1982 afirmei.
Quase 30 anos depois, vivemos tempos de grande instabilidade internacional, que abalou muitas das nossas convicções e que rompeu laços de confiança sem os quais será muito difícil reconstruir o caminho para o desenvolvimento.
Numa fase em que, também na vida nacional, a confiança se tornou o factor mais determinante para a retoma da economia, é ainda de plena actualidade a recomendação que então deixei: caso as suas propostas não sejam aceites por quem tem o dever de decidir, o economista não deve resignar-se com facilidade, mas o que “não pode aceitar é trair as regras do método científico e subverter a lógica do seu raciocínio de modo a produzir as conclusões desejadas pelos seus clientes”.
Este ponto é particularmente importante para a credibilidade quer de quem aconselha, quer de quem decide confiado nesses conselhos, uma vez que, como dizia, referindo-me aos próprios economistas, “a sua influência sobre as escolhas não reflecte exclusivamente critérios científicos”.
Retomo, por isso, parte da reflexão que o assunto me mereceu em 1982: “Embora a racionalidade seja o pressuposto básico do economista, a sua intervenção no processo de formulação da política económica não é a de um mero especialista de políticas racionais e neutras. (...) De facto, aos mais variados níveis de actividade do economista estão presentes juízos éticos, que reflectem o seu próprio sistema de preferências (...),” mas “devo acrescentar que não partilho a opinião de que isso implique a perda de racionalidade e do estatuto científico da Economia. Penso, contudo, que é necessário garantir (...) objectividade à análise teórica para que as opiniões económicas não sejam uma simples questão de escolha pessoal (...)”.
Esta percepção reconduz-nos ao papel das escolas de economia no mundo actual e à sua interacção com os decisores políticos ou, melhor dizendo, à preparação dos alunos para a vida profissional e para a intervenção cívica e política.
É que hoje, tal como há 30 anos, “sobressaem dois aspectos fundamentais da formação dos economistas em que cabe à Universidade papel relevante: o do conhecimento científico e o do sistema de valores”.
No domínio dos conhecimentos, exige-se, dizia eu em 1982, “uma formação analítica sólida e actualizada”, capaz de “estabelecer as relações adequadas e de tirar as conclusões lógicas”, bem como uma “formação adequada no domínio de outras disciplinas sociais (...), porque a Economia diz respeito ao homem” e às várias dimensões do seu “comportamento social”.
Por outro lado, acrescentava, os economistas devem saber “actuar numa realidade concreta, a portuguesa, com as suas características particulares (...), muitas vezes ignoradas ao nível de abstracção a que os modelos económicos são desenvolvidos”.
Tudo isto continua válido, se não mesmo reforçado, nos dias de hoje. Mas, se há coisa que mudou profundamente com os meios de comunicação e a rapidez da difusão de mensagens, é que o tempo da acção política encurtou de forma excessiva: as políticas que olham o médio e o longo prazo têm pouca aceitação eleitoral e fraco suporte mediático e o que interessa tende a ser, sobretudo, o que é visível no momento.
Isso condiciona fortemente a acção científica dos economistas, chamados a apoiar os decisores políticos com os seus conselhos, fazendo-os correr um risco sério de abandonar a capacidade de olhar à distância, para fornecer soluções que apenas atendem ao contexto imediato."

COMENTÁRIO
Tudo isto invocando a tal lição de sapiência (vejam lá) proferida em Fevereiro de 1982 antecipando-se então, a segunda vinda do Fundo Monetário Internacional a Portugal, no contexto do acordo de ajustamento que acabou por vir a ser assinado em 1983. Lição essa dada sabem por quem?
- Precisamente por quem tinha Exercido o cargo de Ministro das Finanças e do Plano em 1980-81, no Governo do Primeiro-Ministro Francisco Sá Carneiro, e era então Presidente do Conselho Nacional do Plano (1981 a 1984).
Sabia do que falava então e parece que sabe do que fala agora.
Em Fevereiro de 1980, Cavaco Silva, Ministro das Finanças de Sá Carneiro, revalorizou o escudo em 6 por cento, sendo a primeira subida do valor externo do escudo depois da Abrilada. Esta medida dificultou as exportações. As importações subiram assim como os gastos orçamentais. O défice das transacções correntes subiu 5% (do PIB) em 1980 para 11,5% em 1981 e 13,2% em 1982. A dívida externa disparou de 467 para 1199 milhões de contos. A somar a tudo isto, o Prof. Cavaco Silva foi também responsável por um clima de crispação contra a liderança de Francisco Balsemão o que levou ao fim da AD e, nas eleições de Abril de 1983, à vitória do PS.
Claro que e porque o descalabro já era tanto como Cavaco Silva reconhece agora que reconheceu em 1982 o FMI entrou cá de facto. Mas pela Mão de Soares e Ernani Lopes. Consta que como Técnico Cavaco Silva participou nas negociações. Pudera! Como deixara o País sabia ele!!

Mas quanto á visão a longo prazo que ao que parece, obcecados pelos resultados eleitorais, os políticos não têm, estarão então disponíveis os economistas  para obviar graças ás sua capacidades técnico cientificas obtidas nas tais universidades.

(Ficaria apenas por definir a que quadrante politico deveriam pertencer os economistas consultados. O mais provável ao do vencedor das eleições. Mas se formos por aí lá se iria o rigor cientifico a favor das opções subjectivas e ideológicas)

Bem esta é demais. É que Cavaco à data já tinha sido político e economista ao mesmo tempo como Ministro das Finanças. O que repetiu entre 1985 e 1995 como Primeiro Ministo. Estão agora a ver a estreiteza de visão a longo prazo e a tendência de apenas atender ao imediato, do Ministro e Primeiro Ministro Cavaco corrigida pela clarividência sapiente e capacidade de olhar à distãncia do Economista e Especialista em Finanças Anibal Cavaco Silva. E no que deu nesse longo prazo a política do betão e cimento armado. A política da destruição da nossa agricultura e pescas, A política da litoralização do País. A política do abandono do nosso mundo Rural. A destruição do nosso aparelho produtivo primário. A política do país de serviços e do turismo e de que tudo o que se necessita se compra nos supermercados adquirido ao exterior, Etc, Etc, Etc.

Mas como eu sou suspeito o melhor é lembrar o discurso do ex-Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, na Cerimónia Comemorativa do 37º Aniversário do 25 de Abril no Palácio de Belém, em 25 de Abril de 2011

"Um das razões por que chegámos à situação em que estamos foi a falta de sustentabilidade e a ausência de uma visão de longo prazo com que muitas vezes se decidiu e escolheu, comprometendo o futuro.

Antes de ser portuguesa, esta crise é uma gravíssima crise mundial e europeia, a maior desde 1929, com uma incidência aguda e particular no nosso país, pois junta às dificuldades gerais as nossas vulnerabilidades próprias. Essa crise mundial é uma crise civilizacional, moral, política, económica e social, que afecta países, grupos sociais e pessoas já antes dela muito vulneráveis. É ainda a crise do modelo económico e social neoliberal, que se recusa a não reconhecer o seu fracasso e continua a querer aproveitar em seu favor os danos que causou. Esta contradição essencial — estarmos a tentar combater os males com os remédios que os causaram — mostra-nos que ainda não foi virada a página. Jorge Sampaio"
Ao que parece SAMPAIO ( e reforçado pelo facto deste discurso estar na página da Presidências ver http://www.presidencia.pt/?idc=22&idi=53125)  referiu-se então a marcianos!

FANTÁSTICO MELGA! Seria de rir como o Herman,
Mas o que me dá é vontade de chorar!

E também é por estas que não votei em CAVACO
Lopesdareosa

quinta-feira, 10 de março de 2011

PROCESSO-PROGRESSO-REGRESSO-RETROCESSO


Esta encontrei-a em DEMOCRACIA PARTICIPATIVA

http://revoltatuga.blogspot.com/2011/02/processo-progresso-regresso-retrocesso.html

Quote
As Câmaras Municipais estão a colocar as aldeias às escuras, à noite, desligando as luzes para não gastarem energia. Há cinquenta/sessenta anos atrás as aldeias também não tinham electricidade, nem de noite nem de dia.

Leio nos jornais que a moda deste ano vai ser os espartilhos e os soutiens feitos de materiais duros como a corticite. Há cinquenta, sessenta anos atrás, as mulheres usavam espartilho.

Os responsáveis pela, segurança Rodoviária querem instituir a velocidade máxima nas localidades de 30 km/h. Era isso que acontecia há cinquenta/sessenta anos atrás, quando em vez de automóveis havia, carroças nas ruas. Já não estaremos muito longe desse futuro devido à escalada do preço do petróleo e falta de uma energia alternativa à escala mundial.

Também li que, devido ao aumento do preço do tabaco, já há muita gente que retomou o hábito de fumar o tabaco de enrolar, tal como era frequente há cinquenta/ sessenta anos atrás.

Devido à carestia dos transportes, já há muita gente, em Lisboa, a andar nos transportes públicos (foi o telejornal que o demonstrou, há dias). Tal e qual como antes, há cinquenta/sessenta anos atrás, quando as pessoas iam para o emprego de cacilheiro, de autocarro, eléctrico ou de comboio.

Por causa do desemprego e dos cortes que os nossos embriagados governantes estão a fazer, já se vêem pessoas a fazer hortas na periferia de Lisboa, produzindo couves, batatas, feijões e cebolas, nos cantinhos abandonados das urbanizações. Tal como faziam os seus pais e avós, há cinquenta/sessenta anos atrás. Se querem ganhar dinheiro no futuro comecem a comprar todas as parcelas de terreno de solo arável ao redor das grandes cidades porque os custos dos transportes e do encarecimento do combustível já está a provocar um encarecimento vertiginoso dos bens alimentares.

Aliás, retoma-se actualmente o conceito de “agricultura biológica” que se fazia há cinquenta/sessenta anos atrás, antes de surgir a praga dos adubos industriais. E andam por ai engenheiros a ensinar técnicas de compostagem que era o que se fazia, há cinquenta/sessenta anos, ao aproveitar resíduos orgânicos, chamava-se-lhe estrume.

Li num jornal diário e vi uma peça de noticiário da televisão, que as cabras estão a ser utilizadas para prevenir os incêndios florestais, mandando-as pastar para as florestas comer aquilo que, não sendo eliminado, constitui combustível propício à deflagração dos incêndios. Essa técnica era amplamente utilizada há cinquenta/sessenta anos atrás. Hoje para os combatermos temos uma protecção civil a gastar milhões e com um comandante a encher os bolsos com um saco azul, segundo as últimas notícias.

O mais interessante é que tudo isto está a acontecer em nome do futuro, recuperando aquilo que havia no passado.

Como lhe chamar? Processo? Progresso? Regresso? Ou retrocesso?
Unquote

MEU COMENTÁRIO
Brilhante! Tão brilhante que para mim é como OS LUSÍADAS. Só tenho pena de não ter sido eu a escrever este texto.

A parte das cabras também está no meu:

No entanto essa parte, a da "agricultura biológica" ( antigamente chamava-se lavoura) e a das "Hortas Urbanas"  já as vejo (agora) defendidas por aqueles que destruíram essas (estas e outras) mesmas práticas.
Destruiram a ruralidade - agora querem cabras no monte!
Destruíram a lavoura - agora querem a "agricultura biológica" que ao fim e ao cabo vem dar ao mesmo.
Enterraram solo arável debaixo de betão e cimento armado ( para a expansão das cidades, diziam) agora
defendem a "novidade" das "hortas urbanas"
Destruíram as pescas e a marinha mercante mas agora o mar  é que é!

É o Portugal dos reconvertidos que tem no Presidente a sua máxima expressão!
Discurso de segunda posse; tudo ao contrário do que praticou durante dez anos como Primeiro Ministro!
Fizemos mal - os outros que indreitem!
É tudo em prol dos jovens!
Também eu, há trinta anos, era um jovem e não me orgulho nada do que então para mim era feito.
( Já nessa altura se falava no futuro e o meu já passou)

E é por essas e por outras qua não votei em Cavaco

TONE DO MOLEIRO NOVO

segunda-feira, 7 de março de 2011

OS BARRETES

A ideia do título encontrei-a na página 3 da edição do i de 28 de Fevereiro de 2011.
No artigo OS BARRETOS, da autoria do Engenheiro Agrónomo José Martino, este manifestava que tinha saudades de António Barreto que, numa curta experiência ministerial à frente da Agricultura, tentara (?) pôr ordem na Reforma Agrária em curso ( no Alentejo, acrescento).
E também saudades de Álvaro Barreto que, como ministro da Agricultura durante os consulados de Cavaco Silva como primeiro Ministro, tinha sido o principal negociador em Bruxelas dos apoios comunitários que iriam culminar nos acordos da PAC cujo rosto foi Arlindo Cunha.
Depois de uma série de justificações defendeu nesse artigo que, não tendo sido brilhantes os últimos anos para a agricultura, que tinha chegado ao que chegou,  por falta de uma política para as especificidades das agriculturas de Portugal, tinha  a esperança numa próxima e certeira resposta e que esta dependeria do aparecimento de um misto de António Barreto e Alvaro Barreto para resolver a questão.

Também no PUBLICO o mesmo autor e já em 29 de Janeiro último, num texto a OLHAR PARA O FUTURO e dada a situação a que chegara a agricultura, aconselhava António Serrano a ouvir com urgência o "nosso " rosto da PAC, Arlindo Cunha.

Ora como a questão é OLHAR PARA O FUTURO só se entenderá o desejo do aparecimento de um misto de António e Alvaro Barreto para resolver a questão da nossa agricultura ou a audição de Arlindo Cunha "nosso" rosto da PAC, no sentido nos elucidarem sobre tanta asneira feita e seus porquês, dado que como figuras do PASSADO e pelas experiência havidas, nos poderão ajudar a decidir sobre o que não se deve fazer.

Isto porque
António Barreto para além de ser o coveiro da "Reforma Agrária" ( e não vou sequer classificar se bem ou se mal) nada mais adiantou à agricultura em Portugal. Sendo a tal reforma agrária confinada ao Alentejo, suas herdades e seus proprietários António Barreto limitou-se a resolver o problema destes. Nada mais se notou no aquém Tejo.

Alvaro Barreto foi o coveiro definitivo ( com Arlindo Cunha) da Nossa Agricultura. Trocou-a  por dinheiro a mando de Cavaco Silva, Presidente da Junta à data.

E nem sequer é (apenas) a minha opinião. Estou a citar por exemplo;
Mário Crespo- Ver JN de 27 de Julho de 2009
"As maiorias absolutas de Cavaco Silva e José Sócrates e a maioriazinha limiana de Guterres tiveram em comum o acesso a imensas verbas da Comunidade Europeia. Apesar disso esses governos deixaram legados que se traduzem nos terríveis números da insolvência. A maior responsabilidade vem da primeira maioria do PSD com aumentos eleitoralistas de ordenados do funcionalismo público que não foram suportados pelo crescimento da produtividade mas por verbas da CEE que deviam ter outro destino.
Eram dinheiros previstos no Tratado de Adesão assinado por Soares e Mota Pinto, para modernizar o sistema produtivo. Desfeito o Bloco Central, as dádivas comunitárias foram desaparecendo, desbaratadas por má administração e saque. 
Foram montantes colossais os que Cavaco Silva mandou Álvaro Barreto negociar a Bruxelas, mandatando-o para abreviar os períodos de integração da economia nacional na CEE a troco de dinheiro. Sem prazos de salvaguarda para proteger áreas económicas críticas, ( muitos países comunitários ainda os detêm) Portugal enfrentou a competitividade brutal  das economias mais desenvolvidas do Mundo" 


Miguel de Sousa Tavares

Céu nublado Expresso Quinta feira, 13 de Maio de 2010

Quando entrámos na UE, o ministro das Finanças da altura, Ernâni Lopes, anunciou "acabou-se o fado!". Mas, estranhamente ou não, a mensagem produziu exactamente o efeito oposto: "Agora, o fado vai ser subsidiado por Bruxelas". E foi, Deus sabe que foi! Anos a fio, programa a programa, sector a sector. Na década do agora inimigo das grandes obras públicas, Cavaco Silva, construímos sem parar: auto-estradas e hospitais, escolas e tudo mais. "O país está dotado de infra-estruturas!", proclamou-se, triunfantemente. E, de facto, o país precisava. O problema é que, enquanto se dotava de infra-estruturas para servir a economia, o país vendia a economia, a troco de subsídios para abate e set-aside: vendemos assim a agricultura, as pescas, as minas, a marinha mercante, os portos, as indústrias que podiam vir a ser competitivas - ficámos com os têxteis e o fado. E, quando alguém, subitamente, perguntou "de que vamos viver no futuro?", sorriram, com ar complacente. Então, não era óbvia a resposta? Iríamos viver dos serviços, do turismo, da "sociedade de informação" e... de Bruxelas."


Jorge Cruz em http://www.regiao-sul.pt/noticia.php?refnoticia=111328
Diário Online terça-feira, 21 Dezembro 2010
"Afinal, tudo o que eu aprendi sobre desenvolvimento ao longo dos anos de estudo e de leituras, estava errado. Em Portugal, depois do 25 de Abril e sobretudo depois de aderirmos “à Europa”, o desenvolvimento do interior passou por fecharam milhares de serviços como: Linhas de Caminho de Ferro e respectivas estações e apeadeiros; Postos de GNR; Correios; Quartéis Militares; Escolas; Centros de Saúde; Maternidades; Casas de Cantoneiros entre outros. Acabamos com a Agricultura, com as Pescas, com a Siderurgia, com as Indústrias dos Vidros, do Calçado e dos Têxteis e com a Industria Naval Pesada. Em troca de uns subsídios da Comunidade Europeia, foram abatidos barcos de pesca, abandonadas fábricas e explorações agrícolas. Centenas de Construções como Silos, Escolas, Estações de Caminho de Ferro, Edifícios Militares, Conventos, Palácios e outros, onde se instalavam os serviços encerrados, ficaram ao abandono e a desvalorizarem zonas anteriormente nobres das cidades e das vilas."

Mas se estes testemunhos forem suspeitos, aconselho a ler um artigo de Manuel Coelho dos Santos no JN de 30 de Abril de 1995 bem mais perto do rescaldo dos acontecimentos.


Deste saliento:
"Quando antecipamos em três anos a aberturas das fronteiras para os produtos agrícolas, em vez de tentarmos protelar por mais alguns anos essa liberalização o que se pretendeu foi a baixa da inflação ( também ninguém pensou no correspondente aumento défice externo) mesmo que à custa de um sector fundamental do país e receber por essa via mais uma centena de milhões de contos, que ninguém sabe onde foram parar.
A nossa postura nas negociações com a União Europeia tem sido sempre a mesma com os resultados com os resultados catastróficos que hoje melhor se evidenciam..."

Nesse artigo Manuel Coelho dos Santos referia-se á situação catastrófica e à desertificação para que que o nosso mundo rural caminhava inexoràvelmente.

Isto em Abril 1995. sem citar responsáveis. Se o fizesse decerto que não invocaria marcianos.

Chamar agora António Barreto, Álvaro Barreto e Arlindo Cunha só se fosse para evitar a repetição das políticas de que eles mesmos foram responsáveis. (Jagora porque não ouvir também Cavaco Silva?)

E foi (também) para esbater esses e outros  mitos que não votei em Cavaco.

LOPESDAREOSA

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

EU ADORO ANDAR DE COMBÓIO

SUB-TÍTULO
ORGULHO-ME  DO  QUE  FIZ  QUANDO  ERA  PRIMEIRO  MINISTRO

-Cavaco e o fim de 800 kms de ferrovia   Clicar aqui Transferência   

Ver também O Ramal da Lousã e A LINHA DO TUA

Dá vómitos!

É por isso que não votei em Cavaco

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

DÍVIDA EXTERNA


“Ninguém está a reconhecer” o problema da dívida externa
Desde 1960, o défice da balança comercial nacional nunca ficou abaixo dos cinco por cento
http://economia.publico.pt/Noticia/vitor-bento-ninguem-esta-a-reconhecer-o-problema-da-divida-externa_1477936#Comente
Vítor Bento: “Ninguém está a reconhecer” o problema da dívida externa
31.01.2011 - 15:23 Por Ana Rita Faria
O economista Vítor Bento criticou hoje o facto de Portugal e da zona euro estarem apenas a olhar para dívida pública, não reconhecendo o principal problema: a dívida externa.
Vítor Bento, actual presidente das SIBS

“A dívida externa é a dívida para a qual pouca gente está a olhar. Ninguém está a reconhecer a existência deste problema”, disse hoje Vítor Bento, durante a conferência “Portugal 2011: vir o Fundo ou ir ao fundo”, que está a decorrer na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
De acordo com o actual presidente das SIBS, a dívida externa bruta nacional ronda actualmente os 230 por cento do PIB, enquanto a dívida líquida anda pelos 110 por cento. “É a mais alta da União Europeia e uma das mais altas do mundo desenvolvido”, afirma, acrescentando que é a insustentabilidade desta dívida que expõe países como Portugal às dificuldades de financiamento que tem.
“É por causa da dívida externa que Portugal tem mais dificuldades em se financiar do que a Itália ou a Bélgica, apesar de estas terem níveis de dívida pública mais elevados”, explica o economista.
Vítor Bento destaca ainda que, desde 1960, o défice da balança comercial nacional nunca ficou abaixo dos cinco por cento do PIB, pelo que “o esforço que hoje temos de fazer é inaudito, porque nunca foi conseguido”. ....
avisa Vítor Bento
 Meu comentário à notícia!

Meu  Deus. Meu Deus!

My day! MAYDAY!

Sr. Francisco Sarsfield Cabral, faça favor de enviar o seu artigo O TABU DO DÉFICE EXTERNO publicado no PÚBLICO em 16 de Março de 2009, ao Sr. Bento, que ás tantas ainda lhe acontece, a este Senhor, o que acontece ao noivo no dia do casamento!

Mandahóstia!
Como dizem os Galegos aqui ao lado!

Barros Lopes
Afife

Com os meus cumprimentos
Barros Lopes
Afife



( Então, no seu artigo, Sarsfield Cabral teve até a delicadeza e o rigor, de citar, entre outros, o próprio Vitor Bento, referenciando-o como ECONOMISTA PRESTIGIADO! )

Acontece que presunção e água benta cada um toma a a que quer!
Mas como Cavaco nomeou o Senhor Vitor Bento (que, bento, como a pescada, antes de o ser já o era) para o Conselho de Estado no lugar do seu amigo e auto excluído Dias Loureiro, a questão tem tudo a ver com presunçosos e muita água benta!
E é também por isso que não votei em Cavaco.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

GENÉRICOS

Já em
http://porquenaovotoemcavaco.blogspot.com/2010/12/o-rei-banalidades.html
assumi que Cavaco

"Fora das suas atribuições constitucionais (algumas vezes dentro delas) e sempre que o Presidente da República se pronuncia sobre os mais diversos aspectos da vida política, social e económica do reino, tudo soa a oco desde que seja Cavaco a fazê-lo.
A cada intervenção dessas, e nalgumas das outras, o céu cai-lhe na cabeça!"

Ora acontece que o Nosso Presidente acaba de vetar, nesta leva, o primeiro diploma do Governo.
Exactamente sobre os genéricos.
E entende-se o porquê! É que já em 1990 e quando era Primeiro Ministro, Cavaco tinha legislado sobre essa mesma matéria! DL 81/90 de 12 de Março.
AH! Nessa altura não continha nada sobre a obrigatoriedade da prescrição electrónica. Mas isso não obstou a que vetasse o recente diploma.
Mas no de 1990 não consta nenhuma das razões que Cavaco invoca para vetar o mais recente.
O que ficou para a história foram as parangonas da comunicação social de que os Genéricos tinham chegado a Portugal com a consequente e milagrosa poupança, graças a quem?
- Ao Cavaco como era evidente!

É por infâmias, calúnias, mentidas e indignidades como esta que não votei em Cavaco!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A INFÂMIA A CALÚNIA A SLN O BPN

Ora Cavaco não gostou de ser confrontado com o caso da compra das tais acções da SLN, a tal Sociedade Lusa de Negócios. Mais uma infâmia mais uma calúnia. Tudo tinha sido legal.
Depois funcionou a blindagem dos convenientes comentadores. Qualquer pessoa poderia ter feito o mesmo negócio. Muitos outros ganham dinheiro investindo. Um caminho deveras lamentável, etc. Etc. Etc.
Como se isso fosse importante!
Em primeiro lugar a tal SLN era na data a detentora  do nosso conhecido BPN.
Esta instituição por sua vez já tinha sido alvo de alertas e reparos conforme Camilo Lourenço na Revista EXAME de Março de 2001. Deu no que se sabe.
É  dessa data a tal compra das Acções por Cavaco.
Na instituição pontificam Dias Loureiro e Oliveira e Costa, Ministros e secretários no governo de Cavaco.
Posteriormente seria esta instituição a financiar a campanha de Cavaco em 2006. Tudo coincidências
Depois e aqui é que toda a filosofia e conceitos ( e não infâmias e calúnias) que me levaram a não votar em Cavaco se desenvolvem.
Para a gente de memória curta sempre lembrarei aquele instante (13 de Outubro de 1987) em que Cavaco, Primeiro Ministro, se lembrou -Vá-se saber porquê!!! - de alertar que, na BOLSA, havia quem estivesse a comprar gato por lebre, levantando desconfianças sobre a mesma o que levou á sua própria queda!
Conjugando essa afirmação com a práxis podemos concluir que neste caso Cavaco comprou de facto por preço de gato ( 1,0 Euros por acção)  para depois vender por preço de lebre (2,4 Euros por acção). O curioso é que a poucos, ou a nenhuns outros, tocou tal sorte. Talvez porque poucos são os entendidos em economia, finanças e mercados como o nosso Prof. Cavaco. Talvez o facto do negócio ter sido avalizado por Oliveira e Costa seja apenas uma coincidência.
Por outro lado na venda, feita á própria SLN Cavaco realizou uma mais valia de 147 500 Euros o que equivale entre 2001 e 2003 a um dividendo de 70% ao ano.
Primeiro:
A SLN entregou a Cavaco um molho de 100 000 papeis e Cavaco entregou em troca  100 000 Euros à SLN.
Dois anos depois dá-se o inverso, Cavaco entrega à SLN os mesmos 100 000 papeis e recebe em troca
240 000 Euros.
Ou seja a SLN fica exactamente com os mesmos papeis mas com menos 140 000 Euros.
Pergunta-se
- A SLN descobriu, no entretanto, um poço de petróleo ou já era um poço sem fundo?
Pertencendo o BPN a este tipo de negócios não admira que tivesse ido ao charco.
Depois quem é que produziu e o quê que equivalesse a essa mais valia?
- Quantos pregos?
- Quantas Camisas?
- Quantas bananas?
Produzidas por quem?
A isso Lula da Silva se referiu como Economia Virtual em que se ganhava dinheiro transacionando papeis sem que nada, nem um alfinete enfiado num terno, se tenha produzido para justificar tais mais valias, Proclamando em 10 de Outubro de 2008 no Brasil , 1 de Abril de 2009 em Paris e 4 de Dezembro de 2009 na Alemanha, que a crise actual teria que levar ao fim desse tipo de edifício económico.
O fim do paradigma ( outra vez esta linda palavra) como preconizou Mário Soares.
Por outro lado mesmo que por absurdo houvesse uma valorização da própria SLN só se lhe tivesse saído o Euromilhões ou a descoberta do tal poço de petróleo,  pois não há crescimento económico que justifique valorizações de 70% ao ano.
Ora porque Cavaco é  conceptualmente, conjunturalmente e circunstalcialmente. arquitecto, mentor e protagonista de tal estrutura económica que nos trouxe á Crise actual e como não é isso que quero, nem para Portugal nem para o mundo...
- Por tudo o que ele representa

Não votei nele
Isto sem qualquer infâmia nem qualquer calúnia. É apenas o seu universo em que o meu não encaixa.

sábado, 29 de janeiro de 2011

O MISTÉRIO DOS JUROS por Manuel António Pina

Li no JN de Quinta, 27 de janeiro de 2011 esta curiosa crónica de Manuel António Pina.

"O  MISTÉRIO  DOS  JUROS
É sabido que Cavaco Silva nunca se engana e raramente tem dúvidas. Por isso não se enganou decerto quando anunciou aos portugueses ( e também decerto sem ter qualquer dúvida sobre isso) que, se houvesse segunda volta nas eleições presidenciais, uma apocalíptica "subida das taxas de Juro" iria desabar sobre "empresas e famíllias".
É certo que Cavaco não disse preto no branco que, não havendo segunda volta os juros se manteriam ou desceriam. Mas deu-o a entender (preto no branco) e como qualquer pessoa tem de nascer duas vezes para ser tão sério quanto Cavaco, Cavaco não o daria a entender se não fosse verdade. Por isso e para lhe agradecerem o aviso, é que "empresas e famílias" o elegeram no Domingo numa absolutissima maioria de 23% do total de eleitores.
Daí que agora não compreendam como é que, três dias depois de, como Cavaco pediu, o terem eleito à primeira volta, os juros da dívida pública continuem a ir olimpicamente por aí acima, "cítius, altius. fortius", tendo ontem chegado, no mercado secundário, à bonita taxa de 7,119%.
Talvez Cavaco se tenha esquecido de dizer aos mercados que podem regressar aos quarteis porque não haverá segunda volta. Ou talvez ande ocupado a tentar saber os "nomes daqueles que estão por detráz" da "campanha de calúnias e insinuações" contra si e ainda não tenha tido tempo de telefonar aos mercados.
Mas que urge que Cavaco faça alguma coisa , urge."  
FIM DO TEXTO

Mas Manuel António Pina, talvez na preocupação de ironizar, acabou por não entender porque raio é que os mercados continuaram a subir as taxas de juro mesmo ganhando Cavaco logo na primeira volta
É que não sabendo, os tais mercados, como é que por cá se contam os votos, ao fazerem a contabilidade dos brancos e nulos chegaram á conclusão que isso teria forçado essa mesma segunda volta. Ou que por haver uma abstenção de mais de 50% as eleições seriam repetidas. Desconhecendo as nuances do nosso sistema eleitoral, partiram de princípios errados, e continuaram a subir às taxas de juro.

É então aqui que de facto necessitamos da intervenção do nosso Presidente. Telefone, mande um fax, um Mail, um cabograma, já, aos mercados e de cima dos seus conhecimentos sobre alta finança e macro economia, esclareça-os no sentido de aliviarem a carga dos juros da nossa dívida.

Ou seja há propaganda e aproveitamentos eleitorais que, como o caso dos injustiçados funcionários públicos ou dos abandonados da Linha da Lousã, ou as acusações ás falsas promessas, não passam de desonestidades.
Desonestidades intelectuais. Desonestidades políticas!

E é por estas e por outras que não votei em Cavaco!

O QUE DISSE FERNANDO NOBRE NA NOITE DAS ELEIÇÕES

Mais ou menos isto.
Que tinha sido uma vergonha. Que tinha havido em campanha um silenciamento  dos órgãos de informação quanto aos "Candidatos laterais" referindo-se também à manipulação das Sondagens.

De facto do que se chega á conclusão é que pertencendo Cavaco ao Povo (segundo ele Cavaco) também existe um Polvo que o envolve.

Assim quanto ao Cavaco e logo segundo os estratègicamente bem colocados comentadores, como o conveniente Prof Marcelo. este iria arrasar de 60% para cima. Já há cinco anos iria ser assim e afinal tinha ficado pelos 50,5% ou seja nem sequer um ponto percentual acima dos 50.
Nas  sondagens destas últimas eleições, iria ganhar por 59% segundo a Católica, por 54,6% segundo a Intercampos, por 56,3% segundo a Eurosondagem, por 64,2% segundo a Marktest e 54,7% segundo a Aximage.
Ficou-se nos 52,94%.

Quanto a Nobre as mesmas sondagens davam-lhe 10% segundo a Católica, 9,1% segundo a Intercampos, 10,1% segundo a Eurosondagem, 13,3% segundo a Marktest e 10,7% segundo a Aximage.
Obteve 14.1%!!!

Mais flagrante foi o caso do Coelho; 2% segundo a Católica, 2,7% segundo a Intercampos, 1,4% segundo a Eurosondagem, 2,2% segundo a Marktest e 0,9% segundo a Aximage.
Obteve 4.5%!!!

E o que está em causa não são as aproximações mas sim as tendências.
Em Cavaco eram tudo por cima. -Ficou abaixo.
Em Nobre era tudo por baixo e em Coelho tudo ainda mais abaixo - Nobre ficou acima e Coelho ainda mais acima!

Depois houve o boicote ao Coelho da Madeira. O Sistema lá se encarregou de o silenciar. Nem um debate na Televisão.

Ou seja tudo preparado. Tudo controlado. Não fosse o diabo tecê-las.

E foi também por tudo aquilo que Cavaco significa que não votei nele.

POR QUE NÃO VOTEI EM CAVACO

Afinal a "coisa" não acabou nas eleições.

Já depois delas e de se saber quem as tinha ganho ficamos todos a saber, eu também, que o povo tinha derrotado a  "Infâmia". A honra tinha vencido a infâmia. Tinha sido a vitória da dignidade. Ele Cavaco Silva, nunca tinha seguido por ataques ou insultos. O povo tinha democraticamente derrotado aqueles que preferem o caminho da calúnia e da mentira e dos ataques em sentido.  Ou seja tudo aquilo que a votação nos adversários encerra, Infâmias, desonras, mentiras, indignidades, ataques calúnias e insultos, não passaria disso. Ou seja eu também incluído no saco!

Ora não tendo votado em Cavaco, insulto considero isso sim, este e todos os outros os atentados à minha inteligência que o Dr. Cavaco faz permanentemente.

Entre muitas já no caso das decantadas escutas a Belém tentou fazer de mim palerma.

ASSIM
Depois dos jornais levantarem uma lebre de que os Assessores de Belém estariam a colaborar na elaboração do programa eleitoral do PSD. No dia 7 de Agosto de 2009, o SEMANÁRIO S foi o primeiro jornal a revelar que assessores de Belém estiveram com dirigentes do PSD num almoço que visou oferecer contributos para a redacção do programa dos social-democratas. A Manchete era; FERREIRA LEITE FAZ O PROGRAMA DO PSD COM CATROGA E ASSESSORES DE BELÉM

Depois de dois deputados do PS, instados pelos média, se terem manifestado no sentido que o Presidente da República se deveria pronunciar ( e tanto dava que estivesse em férias como não) sobre o assunto.
No dia 15 de Agosto 2009, em declarações ao Público, José Junqueiro e Vitalino Canas insurgiram-se contra esta situação, referindo que Belém não podia ser parte neste processo, representando uma clara interferência na campanha eleitoral.

Em face disto, o Público confrontou fontes da Presidência com estas críticas e obteve uma candura do tipo:
- Como é que eles, (José Junqueiro e Vitalino Canas), sabem que a malta colaborou com o PSD?   Estaremos sob vigilância?

Mirabolante  atoarda do pessoal da Presidência-
A eles, José Junqueiro e Vitalino Canas bastava citar o Semanário. Não necessitariam de "escutar" Belém!

O recurso à invenção da espionagem para no momento desviar o rumo do odiento para cima do governo seria mais tarde demonstrado no célebre mail publicado no DN

O certo é que em 18 de Agosto de 2009 O Público faz manchete com o seguinte título: "Presidência suspeita de estar a ser vigiada pelo Governo". A peça, assinada pela jornalista São José Almeida, cita um membro da Casa Civil do Presidente da República: "Estarão os assessores da Presidência ser vigiados?"  A desconfiança terá surgido porque foram publicadas (as tais) notícias a dar conta de que assessores do Presidente estavam a colaborar na elaboração do programa de Governo de Manuela Ferreira Leite.

José Sócrates classifica a notícia como "disparates de Verão". Belém fica em silêncio.

Depois de em 20 de Agosto de 2009  Francisco Assis do PS instar Cavaco Silva a calar os assessores que tenham levantado suspeitas sobre espionagem.

De mesmo assim se assistir ao continuado silêncio do Presidente sobre o assunto.

E depois do DN em 18 de Sertembro de 2009, nas vésperas das eleições ter despoletado a bomba demonstrando que tudo não passava de uma cabala, já com mais de um ano de incubação, com origem em Belém. publicando o seguinte Email

De: Luciano Alvarez
Enviado: quarta-feira, 23 de Abril de 2008 14:18
Para: José Tolentino Nóbrega
Assunto: Lê
Caro Tolentino
Vou fazer esta conversa por e-mail e não por telefone porque a situação é tão grave que é melhor não correr riscos de ser escutado. Como verás mais à frente nem os homens do Presidente da República arriscam a falar dela por telefone. Pode ser paranóia da parte deles, mas a verdade é que é melhor não correr riscos.
Primeira advertência: lê este mail sentado.
Secunda advertência: a história não vai ser fácil de fazer, mas se a conseguir-mos pode ser a bomba atómica.
Vamos por partes
1- Na noite de terça-feira o Fernando Lima, do PR, telefonou-me a dizer queprecisava de falar comigo hoje de manhã num local discreto. Encontramo-nos hoje às 9 h da manhã num café discreto na avenida de Roma e foi logo direito ao assunto, estava ali a falar comigo a pedido do presidente da república, que o assunto era grave e que tinha escolhido escolhido falar comigo porque me achava um jornalista séria (isto seria a dar-me graxa) e porque o acha a presidência da república que o PÚBLICO é o único jornal português que não está vendido ao poder.
2- O assunto era o seguinte (estás sentado?): o presidente da república acha queo gabinete do primeiro-ministro o anda espiar e que a prova grande disso tinha sido dada na Madeira onde o primeiro-ministro tinha enviado um tipo que trabalha para o MAI só para espiar os passos do Presidente e dos homens do seu gabinete. (mesmo que seja mentira o que não passe de uma paranóia do PR estás a ver a gravidade do facto do o presidente pensar que o PM o anda a espiar). Está a ver como estarão as relações entre eles e a opinião que o PR tem do PM)
3- Depois entregou-me um dossier sobre um Rui Paulo da Silva Figueiredo que é adjunto jurídico do PM, trabalha para o MAI, já passou pelos gabinetes de diversos ministro e, segundo o Fernando Lima, terá tentado entrar para o SIS mas chumbou.
4- Este tal Rui Paulo acompanhou a visita do PR, não se sabe como e e segundo o Lima “procurou observar”, o mais por dentro possível, os passos da visita do Presidente e o modo de funcionamento interno do satff presidencial”. Ao satff do PR terá percebido isso bastante cedo e redobrou os cuidados.
5- Estou a contactar-te porque esta história, que pode ser uma bomba ou não dar em nada, tem de começar pela Madeira com todo o cuidado e porque sei que posso contar com a tua discrição e habitual profissionalismo (isto não é graxa).
6- O Lima garantiu-me que Esta tal Rui Paulo foi colocado na mesa dos assessores do PR no jantar oferecido pelo Representante da República no Palácio da São Lourenço e foi também convidado para o jantar que o Jardim ofereceu no último dia na Quinta da Velga. Isto é verdade e facilmente confirmável.
7- O Lima sugere e eu acho bem duas perguntas para inicio do trabalho (até porque a eles também lhe interessa que isto começa na Madeira para não parecer que foi Belém que passou esta informação , mas sim alguém ligado ao Jardim)
8- Perguntas sugeridas pelo Lima: Perguntar à dr. Helena Borges, chefe do gabinete do representante da república se o conhece e se é verdade que, no jantar oferecido pelo representante no Palácio de São Lourenço ele ficou na mesa dos assessores do PR (a gente já sabe que é verdade mas vamos fingir que não sabemos) e Porque ficou ele neste mesa sem antes ser dado conhecimento ao staff do PR. 2 Pergunta: Perguntar a Paulo pereira, responsável pela informação do gabinete do Jardim, em que qualidade o tal Rui Paulo foi convidado para o jantar que Jardim ofereceu no último dia na Quinta de Veiga.
9- Agora digo eu: quem meteu este tipo na visita e em que comitiva é que ele entrou.
10- Como já te disse isto tudo pode ser paranóia dos do PR e do Lima, mas, mesmo sendo paranóia, não deixe de ser grave que o PR pense isto e que ande a passar a informação ao PÚBLICO manifestando uma grande vontade de a história vir ao público (estás a ver a bronca). Acho também que se nós conseguirmos que houve um tipo do MAI e do gabinete do PM metido à sucapa na visita do PR já é um inicio da história.
11- O Lima sugeriu-me que tratasse com ele (Lima) desta história por e-mail porque estão com medo das escutas.
12- Esta história só é do conhecimento do PR, do Lima, minha, do Zé Manuel Fernandes (que me pediu para não a contar a ninguém por enquanto, mas que eu tenho que ta contar para tu te pores em campo com o conhecimento total do que estamos a falar). Peço-te por isso toda a discrição.
13- O Lima passou-me um dossier completo sobre este Rui Paulo.
14- Eu estou de folga, vim só ao jornal tratar disto e vou para casa. Estou sem computador em casa (a minha mulher levou-mo para o trabalho). Quando acabares de ler o e-mail pudemos falar por telefone.
Um abraço e vai-te a eles

E Depois desta borrada já em 29 de Setembro ter vindo Cavaco com a seguinte proclamação à Nação:

1. Durante a campanha eleitoral foram produzidas dezenas de declarações e notícias sobre escutas, ligando-as ao nome do Presidente da República e, no entanto, não existe em nenhuma declaração ou escrito do Presidente qualquer referência a escutas ou a algo com significado semelhante.
Desafio qualquer um a verificar o que acabo de dizer.
E tudo isto sendo sabido que a Presidência da República é um órgão unipessoal e que só o Presidente da República fala em nome dele ou então os seus chefes da Casa Civil ou da Casa Militar.
2. Porquê toda aquela manipulação?
Transmito-vos, a título excepcional, porque as circunstâncias o exigem, a minha interpretação dos factos.
Outros poderão pensar de forma diferente. Mas os portugueses têm o direito de saber o que pensou e continua a pensar o Presidente da República.
Durante o mês de Agosto, na minha casa no Algarve, quando dedicava boa parte do meu tempo à análise dos diplomas que tinha levado comigo para efeitos de promulgação, fui surpreendido com declarações de destacadas personalidades do partido do Governo exigindo ao Presidente da República que interrompesse as férias e viesse falar sobre a participação de membros da sua casa civil na elaboração do programa do PSD (o que, de acordo com a informação que me foi prestada, era mentira).
E não tenho conhecimento de que no tempo dos presidentes que me antecederam no cargo, os membros das respectivas casas civis tenham sido limitados na sua liberdade cívica, incluindo contactos com os partidos a que pertenciam.
Considerei graves aquelas declarações, um tipo de ultimato dirigido ao Presidente da República.
3. A leitura pessoal que fiz dessas declarações foi a seguinte (normalmente não revelo a leitura pessoal que faço de declarações de políticos, mas, nas presentes circunstâncias, sou forçado a abrir uma excepção).
Pretendia-se, quanto a mim, alcançar dois objectivos com aquelas declarações:
Primeiro: Puxar o Presidente para a luta político-partidária, encostando-o ao PSD, apesar de todos saberem que eu, pela minha maneira de ser, sou particularmente rigoroso na isenção em relação a todas as forças partidárias.
Segundo: Desviar as atenções do debate eleitoral das questões que realmente preocupavam os cidadãos.
Foi esta a minha leitura e, nesse sentido, produzi uma declaração durante uma visita à aldeia de Querença, no concelho de Loulé, no dia 28 de Agosto.
4. Muito do que depois foi dito ou escrito envolvendo o meu nome interpretei-o como visando consolidar aqueles dois objectivos.
Incluindo as interrogações que qualquer cidadão pode fazer sobre como é que aqueles políticos sabiam dos passos dados por membros da Casa Civil da Presidência da República.
Incluindo mesmo as interrogações atribuídas a um membro da minha Casa Civil, de que não tive conhecimento prévio e que tenho algumas dúvidas quanto aos termos exactos em que possam ter sido produzidas.
Mas onde está o crime de alguém, a título pessoal, se interrogar sobre a razão das declarações políticas de outrem?
Repito, para mim, pessoalmente, tudo não passava de tentativas de consolidar os dois objectivos já referidos: colar o Presidente ao PSD e desviar as atenções.
5. E a mesma leitura fiz da publicação num jornal diário de um e-mail, velho de 17 meses, trocado entre jornalistas de um outro diário, sobre um assessor do gabinete do Primeiro-Ministro que esteve presente durante a visita que efectuei à Madeira, em Abril de 2008.
Desconhecia totalmente a existência e o conteúdo do referido e-mail e, pessoalmente, tenho sérias dúvidas quanto à veracidade das afirmações nele contidas.
Não conheço o assessor do Primeiro-Ministro nele referido, não sei com quem falou, não sei o que viu ou ouviu durante a minha visita à Madeira e se disso fez ou não relatos a alguém.
Sobre mim próprio teria pouco a relatar que não fosse de todos conhecido. E por isso não atribuí qualquer importância à sua presença quando soube que tinha acompanhado a minha visita à Madeira.
6. A primeira interrogação que fiz a mim próprio quando tive conhecimento da publicação do e-mail foi a seguinte: "porque é que é publicado agora, a uma semana do acto eleitoral, quando já passaram 17 meses"?
Liguei imediatamente a publicação do e-mail aos objectivos visados pelas declarações produzidas em meados de Agosto.
E, pessoalmente, confesso que não consigo ver bem onde está o crime de um cidadão, mesmo que seja membro do staff da casa civil do Presidente, ter sentimentos de desconfiança ou de outra natureza em relação a atitudes de outras pessoas.
7. Mas o e-mail publicado deixava a dúvida na opinião pública sobre se teria sido violada uma regra básica que vigora na Presidência da República: ninguém está autorizado a falar em nome do Presidente da República, a não ser os seus chefes da Casa Civil e da Casa Militar. E embora me tenha sido garantido que tal não aconteceu, eu não podia deixar que a dúvida permanecesse.
Foi por isso, e só por isso, que procedi a alterações na minha Casa Civil.
8. A segunda interrogação que a publicação do referido e-mail me suscitou foi a seguinte: "será possível alguém do exterior entrar no meu computador e conhecer os meus e-mails? Estará a informação confidencial contida nos computadores da Presidência da República suficientemente protegida?"
Foi para esclarecer esta questão que hoje ouvi várias entidades com responsabilidades na área da segurança. Fiquei a saber que existem vulnerabilidades e pedi que se estudasse a forma de as reduzir.
9. Um Presidente da República tem, às vezes, que enfrentar problemas bem difíceis, assistir a graves manipulações, mas tem que ser capaz de resistir, em nome do que considera ser o superior interesse nacional. Mesmo que isso lhe possa causar custos pessoais. Para mim Portugal está primeiro.
O Presidente da República não cede a pressões nem se deixa condicionar, seja por quem for.
Foi por isso que entendi dever manter-me em silêncio durante a campanha eleitoral.
Agora, passada a disputa eleitoral, e porque considero que foram ultrapassados os limites do tolerável e da decência, espero que os portugueses compreendam que fui forçado a fazer algo que não costumo fazer: partilhar convosco, em público, a interpretação que fiz sobre um assunto que inundou a comunicação social durante vários dias sem que alguma vez a ele eu me tenha referido, directa ou indirectamente.
E sabendo todos que a Presidência da República é um órgão unipessoal e que, sobre as suas posições, só o Presidente se pronuncia.
Uma última palavra quero dirigir aos portugueses: podem estar certos de que, por maiores que sejam as dificuldades, estarei aqui para defender os superiores interesses de Portugal.
DISSE

Veio assim  Cavaco, tarde e a más horas, branquear o sucedido e atirar as culpas para cima dos tais
deputados do PS que teriam incomodado o Sr. Presidente nas suas férias e embrenhado que estava a estudar as centenas de diplomas em jeeps levados.
Isto sem referir nem beliscar a fonte de todo esse imbróglio.
ah! Parece que houve uma demissão de um tal Fernando Lima mas que nem isso chegou a ser.

Ora essa tal actuação do Presidente Cavaco é que eu considero um insulto.

Como insulto considerei ser a sua intervenção sobre o Estatuto dos Açores quando não utilizando as prerrogativas constitucionais para devolver o diploma à Assembleia, faz do caso uma questão pessoal entre ele e os deputados, mandando às malvas a representação institucional de todos nós que é a Presidência da República.

Com outras nuances repetiria a gracinha promulgando diplomas expressando ao mesmo tempo que era contra os mesmos sem que no entanto tivesse utilizado qualquer argumento constitucional para os devolver.
Como no caso da promulgação da Lei do Financiamento dos Partidos

Mas porque a tal "coisa" afinal não acabou uma vez as eleições consumadas, a única coisa que farei é mudar o título do Blogue  para POR QUE NÃO VOTEI EM CAVACO.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Cavaco pede a autarcas que resistam à pressão dos construtores.

Isso foi no Algarve conforme notícias de 7 de Julho de 2006.

Fantástico Melga! Como se não houvesse Leis da República para cumprir. Como se não houvesse instrumentos de gestão urbanística para seguir. Como se não houvesse planeamentos de utilização do território aprovados.
A boa gestão do território dependeria (ou dependerá) então de uma maior ou menor resistência dos autarcas às pressões dos construtores.

No entanto é por demais sabida a pública e notória  dependência das autarquias em relação aos  construtores.











Entre muitos outros a isso se referia o PÚBLICO em 3 de Outubro de 2009.
Mas fala quem sabe. E se duma forma global e abstracta se pode referenciar o problema aos bons velhos tempos em que o paradigma (muito gosto eu desta palavra!) do político modelo era ser autarca, do PPD-PSD, Presidente da Junta ou da Câmara e Construtor Civil, tudo ao mesmo tempo, já no concreto se pode compreender tanto conhecimento na matéria. No PÚBLICO de hoje se informa que uma certa casa no Algarve obteve licença de construção depois de estar construída.
E se for calúnia chateiem o Público e não a mim. Estou apenas a citar!

E é por essas e por outras que não voto em Cavaco!

Cavaco critica nomeações ditadas por filiação partidária!















Fala quem sabe! Lembra-se quem tem memória.
Tempos gloriosos os da AD e do paradigmático afastamento de Soares Louro da RTP.
E dessas boas práticas, continuadas nos dez anos de Cavaquismo!

E é por essas e por outras que não voto em Cavaco!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O RAMAL DA LOUSÃ E A LINHA DO TUA

“Tinham uma linha desde 1906 e agora não têm nada. É algo, muito, muito esquisito e eu compreendo as vossas preocupações”, disse Cavaco nesta terça às gentes de Coimbra

COMENTÁRIO

Bem eu sou contra o encerramento de qualquer ramal dos caminhos de ferros que se tenha consumado e/ou que venha a consumar-se. É o abandono do território, de uma infraestrutura única e o desprezo por aqueles que há cem anos tanto trabalharam para nos legar uma obra que hoje não se faria. Ou seja, a nós chegou-nos de graça e como não nos custou nada... destroi-se!

Mas, se fosse político e se me dedicasse a ter que responder a palermices sempre diria que  afinal o Governo estava a dar continuidade ás "boas" práticas de Cavaco pois  "no seu tempo"  foi  suspenso o tráfego na Linha do Sabor, Linha do Dão e troço Guimarães – Fafe, Ramal do   Montijo,   Ramal de Montemor e troço Pocinho – Barca de Alva na Linha do Douro e desactivada a Linha do Tâmega entre Amarante e Arco de Baúlhe. Isto segundo os meus arquivos!

Ainda em campanha Cavaco esteve em Mirandela.
Mas não disse por lá...


- Sabem! vocês tinham uma linha desde 1887 edecetra e tal....

É o dizes! é que a Linha do Tua começou a ser desmantelada em 1991!

Ver  http://www.alinhadotua.com/     e em

http://noticiasdonordesteopinar.blogspot.com/2011/01/insustentavel-ligeireza-da-consciencia.html

O Seguinte texto da autoria de DANIEL CONDE

A Insustentável Ligeireza da Consciência
Cavaco Silva, o candidato, deslocou-se a Mirandela às 17 horas do dia 12 de Janeiro do corrente ano (2011). Na agenda, uma visita a três fábricas da zona industrial, área que confina com o traçado da Linha do Tua no percurso entre Mirandela e Carvalhais, onde antigamente existia um ramal de mercadorias. De seguida, a agenda marcava uma visita a Macedo de Cavaleiros e jantar/comício em Bragança. (Fim da novidade)

15 de Dezembro de 1991: o troço Mirandela – Macedo de Cavaleiros é encerrado por questões de segurança. Dois dias depois, graças a um descarrilamento, o troço Macedo de Cavaleiros – Bragança, que havia ficado isolado do resto da Linha do Tua, é também encerrado. A 14 de Outubro de 1992, praticamente 10 meses depois, a CP, num acto de pirataria, levava em camiões o material circulante resguardado na estação de Bragança, defendidos por um forte dispositivo policial, e por um inexplicável corte de comunicações telefónicas na cidade. Era Primeiro-Ministro Cavaco Silva, e esta Noite do Roubo marcou o fim do genocídio ferroviário do professor e economista perpetrado entre 1987 e 1992, alcançando a soma de 860Km de caminhos-de-ferro encerrados. Destes, 185Km (21,5%) pertenciam ao distrito de Bragança.

Levei uma faixa à zona industrial de Mirandela, para receber o candidato e ex Primeiro-Ministro. Nela apus uma pergunta de retórica: “Senhor Presidente, veio de comboio?”. À chegada, o candidato, ex Primeiro-Ministro e actual Presidente da República, dirigindo-se à faixa e a mim dizia com ar de júbilo “Eu gosto muito de andar de comboio”. Confrontado ainda com um DVD do recente filme “Pare, Escute, Olhe”, totalmente devoto à História recente da Linha do Tua, e com um dossiê com todos os comunicados do Movimento Cívico pela Linha do Tua, Cavaco, o candidato, ex Primeiro-Ministro, Presidente da República, professor e economista, titubeou, e tentou contornar o incómodo falando de uma linha que afinal não é a Linha do Tua, mas sim a do Douro, e de uma barragem, sobre a qual diz não se poder pronunciar.

Para fechar com chave de ouro, em resposta a um jornalista que lhe lembrava que enquanto Primeiro-Ministro tinha sido responsável pelo encerramento de 860Km de caminhos-de-ferro em Portugal – ao que eu acrescento a consequente responsabilidade pela asfixia económico-social que daí adveio, sobretudo em Trás-os-Montes e Alto Douro e no Alentejo – Cavaco, o homem, respondeu que tem “um grande orgulho” no que fez enquanto Primeiro-Ministro, e que o país deveria partilhar desse orgulho.

Como devem dormir bem os homens sem consciência nem moral, que nunca se enganam, raramente têm dúvidas, avisam atempadamente tudo e todos sobre o futuro, e que contam com o voto do embrutecido e amnésico povo…
FIM DO TEXTO

Clicar e ver EU ADORO ANDAR DE COMBOIO


Ora é por essas e por outras que não voto em Cavaco!